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Channel: Leituras de BD/ Reading Comics
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Nós também somos o Charlie: Olá! O meu nome é MEDO.

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Por favor desfrutem deste cartoon culturalmente etnicamente religiosamente e politicamente correcto, com responsabilidade.
Obrigado


O escreveu ontem sobre esta temática, o massacre no Charlie Hebdo, que vitimou alguns dos melhores cartunistas mundiais em nome de uma fé.
Costuma-se esperar à volta de 24 horas para o próximo artigo de opinião, mas este assunto na minha óptica é premente. Assim, com autorização do , reduz-se o tempo a metade para também eu falar de Liberdade Criativa e Liberdade de Imprensa.

Wolinski
A chamada sociedade ocidental, com os seus valores de liberdade demorou muito tempo para conseguir esses mesmo valores. Foram séculos de mortes, massacres, tortura, guerra para que hoje um indivíduo possa falar, escrever, representar, desenhar sem ter medo de ser preso, torturado ou morto.

Quer queiramos quer não o massacre de cartunistas de ontem vai deixar mazelas. O ser Humano na sua generalidade tem anseios, medos e temores. Toda a gente os tem em maior ou menor grau. E o ser humano para responder a estes sentimentos tem algo chamado auto-preservação.

Esta auto-preservação vai fazer com que outros se “encolham” agora, pois agora o valor “Liberdade” afastou-se do seu companheiro “Segurança”. A liberdade de expressão levou um grande murro no estômago e, ou a civilização europeia dá uma resposta rápida e cabal e este problema ou a liberdade de expressão ficará com esta mazela reumática para sempre, e que irá doer sempre que faça frio.

O Charlie Hebdoé um jornal satírico. Em liberdade só compra quem quer! Quem não gostar do que lá se escreve ou se desenha tem bom remédio: não compra. E se ninguém comprar ele desaparece. É assim em liberdade.

Este jornal satirizava tudo, dá a ideia pelas notícias que correm que só satirizava Maomé! Isto não é verdade, eles satirizavam mais a família Le Pen (extrema-direita) que os árabes. Todos foram alvos dos artistas deste jornal: Deus, cristãos, judeus, patrões, extrema-direita, extrema esquerda, Governo, Presidentes de Estado enfim, tudo quanto é vulgar existir numa sociedade europeia.


Wolinski

Existem seres que se acham acima de sátira… são os mais fáceis de satirizar por isso mesmo. Para eles sátira é crime, e é punível com a morte. Enganaram-se com certeza na civilização onde vivem. E punindo com a morte à revelia de qualquer lei do país onde vivem, provocam o medo. E sim, tenho a certeza que muitos jornalistas agora irão pensar duas vezes antes de falar ou escrever sobre o Islão. Esta é a mais pura das verdades! O objectivo dos terroristas foi conseguido, a não ser que a sociedade francesa dê uma resposta brutal a este massacre (o que eu não acredito, somos tolerantes…)


Wolinski
Charb


























Charbonnier (Charb) era um homem sem medo. O seu instinto de auto-preservação devia ser quase nulo, como confirma a sua frase:
“Je Préfère mourir debout que vivre à genoux”
(“ Eu prefiro morrer de pé que viver de joelhos”)

E isto diz tudo sobre a filosofia que presidia aos criativos deste jornal:
Charb (Stéphane Charbonnier), Tignous (Bernard Verlhac), Cabu (Jean Cabut), George Wolinski e Philippe Honoré.

Uma amiga, a Madalena Vidal, escreveu isto que eu subscrevo a 100%:

"Dizer que "a França colheu o que plantou" neste caso é a mesma coisa que dizer, por exemplo, que uma mulher de mini-saia está a pedir para ser violada ou que um miúdo de óculos está a pedir para levar uma tareia na escola. A culpa NUNCA é da vítima, é SEMPRE do agressor. Vejam lá se metem isto na cabeça de uma vez por todas!"

Para os que acham que estes homens livres, castigados neste massacre, se "puseram a jeito" só posso dizer que merecem o meu vómito, e que não merecem viver nesta sociedade.


Charb
Tignous


























E já agora fiquem com um excerto do artigo de Miguel Esteves Cardoso para o jornal Público sobre este assunto:

"Não se percebe a gabarolice dos estúpidos assassinos quando gritaram "Matámos a Charlie Hebdo".
Não se pode matar a Charlie Hebdo. Não se pode matar a valente e hilariante revista que goza com tudo e com todos desde os tempos em que se chamava Hara-Kiri. Muitos poderosos tentaram censurar os satíricos da Charlie Hebdo. Nunca conseguiram. Nunca conseguirão.
O que se pode matar é a liberdade de expressão."(Clicar aqui para continuar a ler o artigo)


Cabu, Charb, Tignous e Wolinski


Fiquem com alguns cartoons criados por vários artistas em homenagem aos criativos do jornal Charlie Hebdo:



David Pope


Magnus Shaw



Loïc Sécheresse
Neelabh Banerjee
























Nate Beeler



Carlos Latuff



JM:o



Este atentado foi diferente de todos os outros até aqui. Tinham sido sempre contra alvos indiscriminados e em que os perpetradores desses mesmo atentados se suicidavam levando consigo o máximo de gente possível.
Este massacre foi uma execução, teve um alvo definido e os assassinos fugiram, não se suicidaram. O alvo foram desenhadores. O alvo foi a nossa liberdade, e dentro desta duas das mais importantes e mais queridas dentro da nossa sociedade: a Liberdade de Expressão e a Liberdade Artística.

Boas leituras

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